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sábado, 5 de maio de 2012

Um Pouco de Caio F Abreu

"É preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda,
as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais...
Ele parou em frente à janela e tirou os óculos.
Os olhos, ela viu, os olhos tinham mudado.
Estavam parados, com uma coisa no fundo que parecia paz.
Ou  desencanto.

Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade. A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções.

Joguei sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar.

"...mas a gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros..."


E você sabe que qualquer situação que nos acontece é por nossa culpa.
Principalmente quando ela se repete muitas vezes.
Tudo o que acontece à gente é uma mera conseqüência daquilo que se fez.


"Uma mistura de sentimentos dentro de mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas os que trazem a felicidade."

De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã.

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outros amores. E outras pessoas. E outras coisas.


Quanto a mim, acho que estou muito bem.
Poucas vezes tenho me sentido assim.
 Pela primeira vez, estou comandando completamente a minha própria vida.
 

Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias.
Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei, e estou indo preenchê-la com coisas novas.


 Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.

"Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado."
Quando se quer explicar o inexplicável sempre se fica um pouco piegas. Por isso me eximo de descrevê-las.


Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina - ela repetiu olhando-se bem nos olhos em frente ao espelho.

( E ele disse tantas vezes para Beatriz... só ela não entendeu...)

- Eu gosto de ti, Beatriz. Eu gosto muito de ti. Eu gosto tanto de ti. - Pois eu não - ela abaixou os olhos, procurando os dele.
 Quando encontrou, falou quase sorrindo, como quem dá uma coisa doce, não como quem enfia uma faca afiada: - Gosto só como amigo. - Como amigo, não me interessa - gemeu.

(Talvez Beatriz quisesse ser amiga, mas não conseguia...)
De repente me passa pela cabeça que a minha presença ou a minha insistência pode talvez irritá-lo. Então, desculpa, não insistirei mais.

Nem de  longe...

Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro,
que não vai mais haver medo nem coisas falsas.
 Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você,
( da sua amizade,e voltei e tornei a fugir.)
São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas ?
 se um dia a gente se encontrar de novo, em ( amizade) amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso.
Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha ?
e tenho ? pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.



"prometo a mim mesma nunca
mais ouvir, nunca mais ter a ti
tão mentirosamente próximo...
"

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